sábado, 24 de agosto de 2013

Rejeitado


Há uma energia que flui dentro de mim
Não é sangue, nem oxigênio. É o fim
Nem é o Espírito, nem a vontade de viver
É apenas a essência de te pertencer

Noites de insônia são fluxos de inquietação
De que o corpo está morrendo de inanição
Pois logo chegará o inevitável adeus da separação
E na tua mente estarei vivendo eternamente, ó paixão 

Detesto os corredores 
Em cada lado, ouço os rumores
Olho para as lentes dos observadores
E deixo que eles descubram meus temores

Para a direita, há o perigo da drogadicção
Para a esquerda, sempre o da prostituição
Para cima, encontro a senhora perdição 
E para baixo, o poço da destruição 

É preferível continuar esperando
Que a tua incompreensão vá se deteriorando
Pelas mazelas que a solidão irá te causando
Até pedir socorro a quem sempre esteve te amando

Não desistirei de te amar, mas cansarei de viver
Sem a tua recíproca, é melhor partir para não sofrer
Pois em cada dia, renovo a esperança ao te ver
No entanto, fico sempre distante para não adoecer

No mundo da paixão, só o toque é o da redenção
É como um lixão a céu aberto esperando a decomposição
O aterro não é a solução, mas o obedecer da classificação
Espero por tua mão para escolher-me dentre essa seleção

Fui descartado por ti, mas tenho valor
Sou um tesouro já polido pela dor
E criatura consciente do Salvador
Na rejeição de muitos, saí-me vencedor


Já disse que o Norte é meu destino
E não mais esperarei por ti, ó inquietação
Pois na vida humana sempre há algo festivo
E morar no Sul tem sido minha frustração 

Ano que vem será muito diferente
Irei para o único lugar quando um dia te encontrarei
Dois metros abaixo do solo, lá te esperarei
Então, tua rejeição não estará presente