sexta-feira, 8 de março de 2013

A Deus o adeus


Estava refletindo sobre a vida, quieto, no relento
Quando o telefone suave tocou. Atendi no sereno.
Uma voz ecoou e perguntou: "E aí, beleza?"
Respondi: "Não. Nunca tive tamanha tristeza."

A distância é imensa. Eu me arrependo, sim,
Aí, juntos, sempre juntos. Aqui, chegou o fim.
Por que o telefone ao invéz de ampliar a saudade
Facilita o término dos relacionamentos na maldade?

Desistiu de mim? - pergunto sempre a ti. Há alguém?
Se há, sei respeitar. Se não há, por que me atormentar?
Sou humano, sei perdoar. Afinal, amas outrém?
O amor não acaba. Amo você. Posso te reconquistar?

Mais uma vez, ao telefone, você disse não para mim
Calei-me. Doeu demais. Desliguei. Amargurado, chorei
Aos berros desesperados, clamei: "Deus, onde errei?
Por que sozinho? Não mereço carinho? É este o meu fim?"

Dias se passaram. Mal me alimentei. Cansado esmoreci
Ainda muito mal, mas esperançoso, liguei para ti
Surpreso entendi que por idiota me passei
Você claramente revelou: "nunca te amei!"

Soluçando pedi: "não faça isso comigo!"
Você, sem compaixão, amizade e afeto
Alertou que me daria um castigo
Moraria em apartamento, e eu sem-teto

Por fim, precisei, ávido, agarrar-me a Deus
As terapias estão vindo paulatinas
Refazendo nossas vidas paladinas
E é melhor você também agarrar-se. Adeus